Marca global
Da matéria publicada por Ben-Hur Demeneck, em Cândido – Jornal da Biblioteca Pública do Paraná. O artigo inteiro pode ser lido aqui.
“O Nobel é uma espécie de marca global, sumamente irresistível”, comprova o professor da Universidade de Princeton Pedro Meira Monteiro. O anúncio do Nobel de Mario Vargas Llosa se deu enquanto o peruano estava vinculado ao Programa de Estudos Latino-Americanos (PLAS) da instituição, o que fez aumentar extraordinariamente a visibilidade para os estudos latino-americanos e para o ensino de espanhol em Princeton.
Ao ser questionado sobre se considerava paradoxal que o Nobel conciliasse o “benefício humanitário” com um posterior impacto editorial intercontinental, Meira equaciona as aparentes oposições: “não creio que o ‘humanismo’ esteja desconectado do mercado. Sei que pode soar mal, mas a verdade é que há um mercado para valores ‘humanistas’, e é bom que assim seja!”.
Diretor interino do PLAS, Meira ilustra sua argumentação a partir de uma recente participação na Flip: “É inevitável que em algum momento tenhamos a sensação de que há algo mais do que ‘a literatura’ ali [numa feira literária]. Há interesses, expectativas, um constante jogo de sedução, além de ódios e amores que circulam, às vezes às claras. Mas não é bem disso que fala a literatura? Aliás, não é bem isso que constitui parte importante do que é a literatura moderna?”, provoca Meira.