Glauco
Um “anônimo” que eu conheço muito bem adicionou um comentário a um texto deste blog, que por sua vez era um comentário ao filme de Ang Lee, Taking Woodstock.
Essa pessoa dizia que, “re-assistindo ao filme (em homenagem ao glauco e aos ozetês) […] ficou ainda mais claro como foi caro pertencer à contracultura…”
Em primeiro lugar, rever o filme de Ang Lee como uma homenagem ao Glauco, morto anteontem, é a coisa mais bonita que se pode imaginar!
No entanto, o comentário não me sai da cabeça: “foi caro pertencer à contracultura…”
Só podemos pertencer a algo quando somos capazes de sustentar esse “algo”, seja o que for: um lugar, uma pessoa, uma comunidade, ou tudo isso junto. Só que a “sustentação” não é aqui apenas uma metáfora.
Não é uma metáfora porque o desejo talvez seja, no fundo, a matéria de toda e qualquer sustentação, mas em especial dessa sustentação, dessa pertença de que o meu conhecido comentarista anônimo falava.
Agora entendo onde o comentário me tocou: pertencer é manter tesa a ponte do desejo. Isso é difícil, e é uma delícia que nenhum dinheiro compra. Eis aí a sacada da contracultura.
Viva o Glauco.
Do Angeli, é claro.
PS. Minha querida anônima faz uma homenagem ao Glauco, via os ouvidos de Luiz Tatit. É linda, e está no 1001.