genuinamente brasileiro

 

 

 

“Nescau” vem da fusão de Nestlé e Cacau. Segundo o site da Nestlé, ele se chamava Nescáo até 1954, quando passou a se chamar Nescau, para evitar que fosse confundido com Nescão. Me faz pensar no poder do chocolate em varrer a fome pra baixo do tapete. A questão é internacional, como bem lembra o caso da nocilla, na Espanha.
O que ainda não entendi é se Nescão lembra Negão. Enfim, o site da Nestlé explica que “graças à constante inovação, e, principalmente por sua capacidade de falar a linguagem dos jovens, NESCAU lidera com destaque a categoria dos achocolatados. A força da marca migrou para outras categorias de produtos, também com grande sucesso”. Em 1972, continua o instrutivo site, “o produto ganhou ainda uma melhor solubilidade e um composto vitamínico, tornando sua formulação ainda mais saborosa. Nesse ano, foi desenvolvida uma forte campanha de relançamento sob um novo slogan: Super NESCAU, energia que dá gosto”.
Eis um tema interessante: como, em meio a uma ditadura, a publicidade lida com o imaginário da energia e do arranque das crianças. Já a “solubilidade” pode ser pensada em outras frentes. No país do carnaval e de todas as cores, por exemplo, o que representa o chocolate?
 
Lembro que em 1940 o grande Grande Otelo fez o papel de Chocolate em Céu Azul, de Ruy Costa, com Oscarito e companhia. Mas aí já me desvio do assunto e me ponho críptico. Afinal o Nescau nada tem a ver com o vício. É pura energia que dá gosto.