De onde, exatamente, o sopro?
Quando se ouve Bidu Sayão cantando a famosa aria (“Cantilena”) da Bachiana Brasileira n.5, para soprano e oito violoncelos, é muito difícil resistir a ser tomado, como ela, pelo que a frase melódica oferece. Mas há algo sobre o arranque, o primeiro ruído que rompe o silêncio, quando se retoma a frase que havia sido deixada para trás. Algo que acontece exatamente aos cinco minutos e meio da ária gravada. O que se ouve então é o som que sai sem voz, com a boca fechada, lábios tesos, e a alma… Onde a alma, naquele momento?
Talvez, naquele momento, a alma quisesse sair. E Bidu Sayão a aprisiona. O resultado é o que se ouve.
Ouça-se.
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Sente-se…