Central Park
Meus olhos
Na rugosidade imensa da pedra
Encontram o veio que os leva longe.
Súbito um buraco os aflige: demoram a deixá-lo.
Um recorte mais agudo, e a vertigem da falésia;
Tornam assustados buscando a lisura que deve haver.
Um novo sulco e a surpresa – minúcias de matéria, exoesqueleto, o ser abandonado,
Um caramujo.
Sobem ainda instados pela leveza enganadora do aclive,
Buscando o topo mergulham agudos em força.
A rugosidade, agora miúda, deixa passar um fio de brisa.
O hálito árido lembra as rugas, e lembro que sou pedra.